Vice de Geraldo Jr. tem data definida, Prates ressurge e base reclama de 'desdém' de Bruno

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Evilásio Júnior

Blog do Vila

14 de março de 2024 às 06h00

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Foto: Carlos Alberto / CMS

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Se tudo ocorrer dentro do programado, o nome da pessoa que acompanhará o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) na disputa pela Prefeitura de Salvador será anunciado em um evento no próximo dia 7 de abril. A data é simbólica, pois marca os seis anos da prisão do presidente Lula (PT), e oportuna. Exatamente um dia após o fechamento da janela partidária, serviria também para apresentar a chapa proporcional do grupo na eleição. A dúvida reside exatamente sobre a participação ou não do próprio mandatário nacional. Luiz Inácio resiste em aparecer na campanha soteropolitana no primeiro turno para não desagradar aos aliados do Congresso Nacional que estarão em lados opostos na cidade, sobretudo o União Brasil, de Bruno Reis e Elmar Nascimento, e o PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do secretário municipal de Governo, Cacá Leão. O plano A para o anúncio era 23 de março, Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Democracia, mas está muito em cima para o arremate.
 

Prates reaquece


Para surpresa de muitos apoiadores do prefeito Bruno Reis, o nome do deputado federal Leo Prates (PDT) voltou a surgir forte nos corredores do Palácio Thomé de Souza para compor a vice em outubro. Pesquisas internas apontam, por um lado, que o parlamentar aparece bem avaliado, e do outro que ainda não é possível mensurar o desgaste causado pela crise da dengue à secretária municipal de Saúde, Ana Paula Matos, atual titular do posto. Sobre o fato de remover uma mulher da chapa, um aliado advertiu sobre a "falta de peso" do tema para o grupo e da densidade eleitoral da vice-prefeita: "Ela é uma querida, mas sozinha não se elege nem para vereadora". Em janeiro, o vice-presidente nacional do União, ACM Neto, negou ao blog a hipótese de Prates ser vice, para assumir a prefeitura na próxima eleição estadual, com ele e Bruno na majoritária. "Se não é 2026, tem 15 milhões de outros motivos para Leo ser indicado", apontou outro. "A decisão será do grupo. Há uma série de elementos e eles estão fazendo a avaliação", garantiu um parlamentar muito próximo ao pedetista. Por enquanto, dentro da arrumação dos postulantes da proporcional, uma reunião semanal tem sido liderada por Bruno, Cacá Leão (PP), Igor Dominguez (DC), Francisco Elde (PRD) e, justamente, Ana Paula.
 

Insatisfações com Bruno


Muitos vereadores têm relatado descontentamento com a falta de feedback do prefeito sobre o destino de seus aliados na janela partidária. Há praticamente unanimidade no entendimento de que o futuro será decidido por Bruno Reis e na queixa de que o gestor não atende a ligações, não retorna às tentativas de contato pelo WhatsApp e sequer visualiza mensagens. Em uma enquete com os 33 integrantes da base na Câmara, 81% endossaram o desdém. As frases mais citadas foram: "Não está atendendo ninguém"; "Estou aguardando reunião com Bruno"; "Partido e mulher é ele que escolhe" e "Ninguém é de ninguém". Pelo menos três edis "pistolas" com a situação já verbalizaram a possibilidade de deixar o grupo. Um deles se reuniu recentemente com alto membro do governo do Estado em um restaurante do Subúrbio Ferroviário.
 


Foto: Antonio Queirós / CMS
 

Aposta indecorosa


Um grupo de vereadores animado com as resenhas de projeções de votações individuais e partidárias se reuniu esta semana no meio do Plenário Cosme de Farias para fazer uma aposta para lá de indecorosa. Diante das estimativas de que o União Brasil vai conquistar entre oito e nove cadeiras na eleição de outubro, membros de outros partidos se inflamaram e desafiaram uma dupla da sigla do prefeito. "Vamos apostar que não?", desafiou o primeiro. "Se fizer menos de oito você paga o quê?", disse o segundo. "Se não fizer você renuncia ao seu mandato", provocou o terceiro. No fim das contas, a cota ficou acertada pelo quarto em "200 contos mesmo".
 

Alberto e Débora aguardam; Átila espana
 

Sobre a situação dos novos partidos, nos corredores da Câmara se diz que Alberto Braga não fica no Republicanos e "quer" entrar no PRD ou DC. O nome do vereador também já foi dado como certo no União Brasil, mas ele também aguarda a melhor solução do prefeito. Situação semelhante vive Débora Santana (Avante). Diz que "tem ouvido" propostas do PL, PDT e também de DC e PRD. No entanto, ainda aguarda o sinal do presidente do seu partido, Ronaldo Carletto. "Dessa semana não passa", estimou a vereadora, ao brincar com Átila do Congo, que passou ao lado durante a entrevista, sobre ingressar no Partido da Mulher Brasileira. "Deixa ela lá. Quase me complica na outra eleição", respondeu o novo dirigente do PMB, momentos depois, aos risos. 
 

Isnard derrama café no colo


Com o ingresso praticamente certo no PRD e nome na lista de possíveis novos integrantes do Democracia Cristã, o vereador Isnard Araújo (PL) foi surpreendido nesta semana com a informação de que teria virado "persona non grata" nos partidos. Tudo por causa de um café promovido por ele na semana passada com 600 pastores na Boca do Rio, que causou ciumeira entre os integrantes da base. O mais exaltado foi Sabá, que afirmou aos quatro cantos que sairá do DC caso a ida do colega se concretize. A conta é de que, na legenda, haveria uma cadeira para três, entre Sabá, Toinho Carolino e Ricardo Almeida, avaliado pelos pares como um dos campeões de votos em 2024. A chegada de Isnard estrangularia as chances dos outros dois. Ou melhor, até três, pois Marcelo Maia (PMN) também foi convidado. A solução para o imbróglio seria um troca-troca com Roberta Caires. Ela iria para o DC e Sabá migraria para o PP. Outra proposta veio de Brasília: o teólogo assumiria o PRTB na capital, mas com alto risco de a sigla não atingir o quociente eleitoral. Com 20 anos no PL, o 2º vice-presidente da Câmara avalia se o melhor caminho será permanecer onde está. De todo modo, o prefeito terá de interceder.
 

Ato com Bolsonaro esvaziado de vereadores


Por falar em Isnard, ele foi o único representante da Câmara Municipal de Salvador a participar do evento com o ex-casal presidencial Jair e Michelle Bolsonaro, no último fim de semana, na Igreja Batista do Caminho das Árvores, no bairro do Itaigara. Discreto, não publicou nenhuma foto nas redes sociais. Esperados, Sidninho (Podemos) e Alexandre Aleluia – que está com os dois pés fora do PL – tiveram "agenda fora da cidade". Já a filiação dos novos candidatos liberais à CMS foi ironizada por parte da Casa. Dizem que entre o ex-prefeito João Henrique e o ex-vereadores Cézar Leite e Marco Prisco, apenas o último teria chance "se tiver força para produzir uma nova greve da PM". A dúvida recaiu sobre a também ex-integrante do Legislativo Lorena Brandão. A pastora apareceu em dezenas de fotos, mas não teve o nome citado em nenhuma nota publicada ou enviada à imprensa.


Foto: Max Haack / Divulgação

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