Deputado federal de primeiro mandato, Capitão Alden (PL) acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode passar a "governar por canetada", caso não melhore sua relação com a Câmara e o Senado. Para ele, o endurecimento da relação do presidente da República com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pode repetir a tensão criada por Eduardo Cunha (MDB-RJ) com Dilma Rousseff, que culminou no impeachment da petista.
Prova das dificuldades do governo com a Câmara foi a aprovação ontem, aos 45 minutos do segundo tempo, da Medida Provisória dos ministérios. A medida teve dois votos contrários na bancada baiana - o de Alden e o de Roberta Roma, também do PL.
"É obvio que nenhum governo, chefe do Executivo, quer problema com chefes de poderes, sobretudo da Câmara ou pior ainda do Senado. Para um momento de crise, de tanta oposição, acho que o mais prudente é conseguir dialogar. O governo vai precisar de atuação das duas Casas para aprovar projetos, reformas que a gente precisa aprovar. vem aí a reforma fiscal, é a coisa mais esperada. A tendência é piorar a crise e governar por canetada. Vimos recentemente o Eduardo Cunha [ex-presidente da Câmara], que não tinha alinhamento com a ex-presidente Dilma e isso pode repercutir em ações de fortalecimento da oposição para pedidos de impeachment", sinalizou.
Alden disse ter sido contrário à MP pelo "tratoramento" da pauta feito pelo governo e a falta de transparência.
"Inicialmente nós vimos que as Medidas Provisória que estão sendo editadas por Lula são todas tratorando as comissões, tratorando a participação de deputados para que a gente possa identificar de que forma seriam utilizados os recursos. Não há transparência. A lógica do país que não tem recursos é apertar o cinto. Não vejo razoabilidade no aumento dos gastos".
