<img alt="PMs que participaram da prisão de coronel reformado suspeito de pedofilia no Rio contam detalhes sobre a abordagem. Oficial chegou a oferecer propina a eles (Foto: Nicolás Satriano/G1)" src="http://s2.glbimg.com/759yOlCp3wvFg__5TdsZxyKRKI4=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/09/12/pmss.jpg" style="height:488px; width:650px" />

&quot;Revolta&quot;, foi a palavra usada pelo soldado da Pol&iacute;cia Militar Claudio Mattos, do 22&ordm; BPM (Mar&eacute;), para resumir o que sentiu ao ver uma menina de dois anos nua, &quot;com as pernas abertas, chorando muito, em prantos e muito agoniada&quot;, deitada no banco de carona de um carro de um homem que aparentava ter entre 50 e 55 anos. Esse homem era o coronel reformado da corpora&ccedil;&atilde;o Pedro Chavarry Duarte, 63 anos,&nbsp;preso suspeito de estupro de vulner&aacute;vel e corrup&ccedil;&atilde;o ativa. 
 
Mattos e outros dois policiais militares foram os respons&aacute;veis pela pris&atilde;o em flagrante do coronel, que teria tentado usar de seu poder e at&eacute; mesmo da tentativa de suborno para evitar ser preso. Em entrevista coletiva no Quartel General da corpora&ccedil;&atilde;o, no Centro, os tr&ecirc;s PMs contaram detalhes de como foi a abordagem ao oficial e o que sentiram diante do caso. 
 
O flagrante ocorreu na noite de s&aacute;bado (10), ap&oacute;s uma den&uacute;ncia de que havia uma crian&ccedil;a nua dentro do carro de um homem pr&oacute;ximo a uma lanchonete em Ramos, Zona Norte do Rio. 
 
&quot;Ela [a crian&ccedil;a] estava muito assustada, chorando muito, em prantos, muito agoniada, a farm&aacute;cia era 100 metros depois do local de abordagem, fui l&aacute;, comprei a fralda, coloquei a fraldinha nela, peguei ela no colo&quot;, contou o soldado Cl&aacute;udio Mattos, que n&atilde;o tem filhos, mas sonha em ter.

Ele e o 2&ordm; sargento Chouber Batista foram os primeiros a chegar posto de gasolina onde o carro do coronel estava estacionado com a crian&ccedil;a. No primeiro momento, os policiais n&atilde;o encontraram o carro citado na den&uacute;ncia. Por&eacute;m, um &quot;aperto no cora&ccedil;&atilde;o&quot;, conforme descreveu o sargento Batista, motivou ele e o colega de farga a voltarem no local. 
 
&quot;N&atilde;o conseguimos encontrar o ve&iacute;culo e j&aacute; est&aacute;vamos saindo do posto quando deu um aperto no meu cora&ccedil;&atilde;o. Algo me disse que a gente deveria retornar. Retornamos ao posto de gasolina e vieram dois cidad&atilde;os, um casal. Um deles apontou um Jetta branco. Fomos atr&aacute;s. No primeiro momento, pedimos para ele parar o ve&iacute;culo, e ele n&atilde;o parou&quot;, contou o sargento. 
 
Os dois PMs tiveram que perseguir o carro suspeito por cerca de 100 metros. Logo depois da abordagem, o oficial ofereceu vantagens administrativas aos PMs para encerrar a ocorr&ecirc;ncia. &quot;Voc&ecirc; pode pedir o que voc&ecirc; quiser. Eu sou o presidente da Caixa Beneficente [da Pol&iacute;cia Militar]&quot;, teria dito o coronel ao sargento Batista.

Entre os benef&iacute;cios, o oficial ofereceu escalas e locais privilegiados para trabalhar. Ele evitou, por&eacute;m, falar em dinheiro e se posicionou longe da viatura. Segundo os PMs, era uma manobra inteligente para ficar fora do alcance das c&acirc;meras que h&aacute; no ve&iacute;culo.

Depois da abordagem, se juntou &agrave; dupla de policiais o subtenente Ismail Isidoro. Pai e av&ocirc;, ele qualificou como &quot;vil&quot; a atitutde do coronel e enalteceu o trabalho de seus colegas. 
 
&quot;Uma a&ccedil;&atilde;o vil, que foi reprimida da forma que foi reprimida. Ele foi preso, autuado, levado para a DP [delegacia] e por n&oacute;s foi conduzido ao Batalh&atilde;o Especial Prisional, est&aacute; no pres&iacute;dio e n&oacute;s fizemos a nossa parte&quot;, frisou. 
 
A postura dos tr&ecirc;s PMs chegou a ser elogiada pelo diretor do Departamento de Pol&iacute;cia Especializada, delegado Ronaldo Oliveira, em coletiva de imprensa realizada na Cidade da Pol&iacute;cia. &quot;Quem conhece a hierarquia militar sabe como &eacute; dif&iacute;cil esses policiais darem essa voz de pris&atilde;o e trazerem um coronel &agrave; Central de Garantias da Pol&iacute;cia Judici&aacute;ria&quot;, disse o delegado.

&nbsp;

<img alt="Coronel reformado é preso acusado de estuprar menina de 2 anos (Foto: GNews)" src="http://s2.glbimg.com/JL4bNrm2oOpnvAzNWonakbK6G68=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/09/11/5298296.jpg" style="float:right; height:263px; margin-left:5px; margin-right:5px; width:350px" />Justi&ccedil;a decreta pris&atilde;o do coronel 
O coronel Pedro Chavarry Duarte teve a pris&atilde;o preventiva decretada na tarde deste segunda-feira (12) pela Justi&ccedil;a do Rio de Janeiro. Ele est&aacute; preso do Batalh&atilde;o Prisional da PM em Niter&oacute;i, na Regi&atilde;o Metropolitana. H&aacute; mais de 20 anos ele j&aacute; tinha sido acusado de um outro crime contra uma crian&ccedil;a, mas foi absolvido. A pol&iacute;cia civil do Rio investiga agora se ele fez outras v&iacute;timas. 
 
Em 1993, Pedro Chavarry Duarte j&aacute; tinha sido preso em flagrante ao lado de um beb&ecirc;. Na &eacute;poca, a suspeita era de tr&aacute;fico de crian&ccedil;as. Mas acabou sendo denunciado por maus tratos e abandono. Depois foi absolvido. Em 2014, concorreu a deputado federal pelo PSL. Atualmente, o coronel aposentado &eacute; presidente da Caixa Beneficente da PM. 
 
Suspeita de aliciamento tamb&eacute;m foi presa 
Tamb&eacute;m nesta segunda-feira, a Justi&ccedil;a mandou prender&nbsp;Thuane Pimenta dos Santos, de 23 anos que confirmou, em depoimento &agrave; pol&iacute;cia, ter entregado a crian&ccedil;a de 2 anos nas m&atilde;os do coronel&nbsp;horas antes dele ser preso no s&aacute;bado. Em seu depoimento, ela alegou que foi junto com Chavarry e a crian&ccedil;a a uma lanchonete, mas teve de voltar em casa para buscar o celular e, por isso, teria deixado a crian&ccedil;a com o oficial da PM.

Resultados para "flagrante a coronel"

PMs detalham flagrante a coronel preso suspeito de pedofilia no Rio

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