Um jovem de 21 anos foi morto a tiros e depois teve o corpo carbonizado, em um acampamento, nesta sexta-feira (8), na região de Unacau, município de Una, no Sul da Bahia. Segundo integrantes do Movimento de Luta pela Terra (MLT), o local foi invadido por cerca de 70 homens armados.
De acordo com informações exclusivas obtidas pelo Portal Salvador FM, várias pessoas foram atingidas por tiros e agredidas e uma delas, teve o braço decepado. Um veículo que estava no local foi incendiado. Ainda segundo informações, moradores fugiram, quatro pessoas estão desaparecidas e outras vítimas estão hospitalizadas no Hospital Costa do Cacau, em Ilhéus.
Uma das vítimas foi uma mulher, líder do assentamento, que foi espancada e levou um tiro no pé. O seu filho alega que os autores são indígenas comandados pelo líder Babau, que é apontado como um dos principais responsáveis por invasões no sul da Bahia.
“Um grupo armado do cacique Babau invadiu um assentamento de mais de 15 anos, já protocolado pelo Inca. O próprio Babau estava lá, onde mataram um, mataram outro, espancaram a minha mãe, várias mulheres, crianças de até 4 anos, bateram puxaram o cabelo de mulheres, cortaram o cabelo dessas mulheres, quase amputaram a mão de um rapaz. O negócio foi feio, foi terror mesmo. Carbonizaram um corpo lá e depois saíram como se não tivessem feito nada porque nunca dá nada pra eles. Babau é inocente, nunca é ele, nunca foi ele. Só que a própria pessoa que bateu em minha mãe foram dois irmãos dele e o sobrinho dele também”, contou.
Segundo os moradores locais, houve a tentativa de registrar o crime na delegacia local, no entanto, não havia delegado plantonista e o caso precisou ser reportado à sede da Polícia Federal (PF) de Ilhéus. No documento, consta um possível conflito entre trabalhadores rurais e indígenas, porém, o caso ainda está em investigação.
“A Polícia Militar de Una estava passando muito a mão pela cabeça dos índios, eles não estavam muito ligando não, porque o rapaz que o filho está lá em estado grave, ele disse que o próprio policial deu um tapa nele, disse que deu dois murros na caixa do peito dele, jogou um pó no olho dele que ardeu e depois jogou um líquido. Foi isso que aconteceu, defendendo os índios os policiais aqui de Una”, denunciou um integrante do MLT.
Em nota enviada ao Portal, a Polícia Civil confirmou a morte do jovem e a tentativa de outro e afirmou que o caso ainda está sendo investigado. “A Delegacia Territorial de Una investiga a morte de um homem, sem identificação formal, e a tentativa de outro, de 19 anos, ocorrida na madrugada desta sexta-feira (8), na localidade conhecida como Colônia de Una. Conforme informações iniciais, indígenas invadiram o local, onde eles têm terra, alvejando as vítimas, e posteriormente atearam fogo em um ônibus, onde o corpo está localizado. A motivação do crime está sendo apurada. Os policiais seguem em diligências para identificar e prender os autores. Guias de perícia e remoção foram expedidas”.
