Futura líder da bancada, Laina promete não fazer "oposição alienada" na CMS

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Luiz Felipe Fernandez

Política

01 de dezembro de 2022 às 09h33

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Foto: Valdomiro Lopes/CMS

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Alçada a líder da Oposição na Câmara Municipal de Salvador em 2023 com base em acordo dos partidos que compõem a bancada, a vereadora Laina Crisóstomo (PSOL) promete se manter fiel aos seus ideais e visão política, sem perder a capacidade de "diálogo".

Será a primeira vez que o PSOL vai ter a responsabilidade de liderar a oposição, após as passagens do hoje deputado estadual Hilton Coelho e do ex-vereador Marcos Mendes. Laina, que se diferencia dos seus antecessores por ter origem política em movimentos sociais e não no serviço público, quer mostrar que está pronta para dar cabo à missão que foi bem comandada no último ano pelo vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB).

Mesmo com posições ideológicas e com o peso de carregar bandeiras por vezes apartadas da realidade do legislativo municipal, como defesa dos direitos das mulheres, LGBTQIA+ e na remodelação de uma política de drogas, Laina que provar a sua capacidade de conciliar os interesses da oposição e propor mudanças possíveis.

"Temos construído na Câmara, mesmo com duro enfrentamento e posições firmes, um processo em que priorizamos o diálogo. É algo que a gente já faz, a gente luta, frita, reivindica, mas a gente também senta para conversar, sem deixar de denunciar as injustiças sociais e pautas que a gente defende", salientou a vereadora em conversa com o Portal Salvador FM, na manhã desta quinta-feira (1°).

Laina cita recentes projetos aprovados como o dos agentes de saúde e endemia e o que instituiu o Conselho Municipal de Políticas Sobre Drogas (COMAD) e o Fundo Municipal de Políticas sobre Drogas (FMDP).

"Ontem mesmo com os agentes de saúde, parte da categoria não aceitava a proposta, mas grande parte entendia que era o melhor. Assim como foi com o Conselho de Drogas, que é um debate muito importante para nós. Mas não vamos fazer uma oposição alienada, contra tudo e contra todos. Mas, vamos fazer uma oposição crítica, entender como funciona e melhorar", projeta a psolista.

ACORDO

A indicação para substituir Augusto Vasconcelos (PCdoB) na liderança da oposição não foi uma surpresa para Laina. Segundo ela, a adesão do PSOL ao bloco de oposição junto ao PT, PCdoB e PSB foi condicionada a um revezamento não só de representantes dos partidos, como visando a paridade de gênero.

Na primeira legislatura, quem liderou o bloco foi a vereadora veterana Marta Rodrigues (PT). Este ano, Vasconcelos assumiu, e em 2023 será a vez de Laina, eleita na chapa coletiva "Pretas pelo Poder".

Em 2024, no último ano, a vaga já está reservada para o vereador Sílvio Humberto (PSB).

Se antes o PSOL ficou conhecido por um posicionamento mais radical e que rechaçava a política institucional e de coalizão, Laina explica que desde a eleição de Bolsonaro em 2018 o partido se permitiu dar mais atenção às composições em bancadas para garantir terreno para o "enfrentamento".

"A gente toma a decisão em Salvador a partir de uma conversa com partidos e presentes, que é para que fizéssemos um revezamento, garantindo paridade de gênero, que para nós isso é muito caro [...] é um cenário bem diverso para gente, o PSOL nunca teve líder e nunca tinha composto a bancada de oposição", pontua.

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