JH justifica volta à política: 'Não dá para ficar de fora assistindo a injustiças'

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Evilásio Júnior

Blog do Vila

29 de maio de 2024 às 06h00

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Sob o argumento de que teve suas gestões "sabotadas" por adversários, o ex-prefeito da capital baiana, João Henrique Carneiro (PL), voltou aos holofotes políticos esta semana, após ingressar com uma ação contra a chamada "lei das sacolas plásticas", de autoria do presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB), e sancionada pelo atual prefeito Bruno Reis (União Brasil). 

Durante entrevista ao programa Fora do Plenário, da Rádio Salvador FM, ele questionou as "lacunas técnicas" da norma, que permitem, em seu entendimento, a cobrança pelos itens biodegradáveis e a utilização de saquinhos plásticos destacáveis para acondicionar frutas e verduras na área interna dos mercados. JH prometeu retornar ao Ministério Público na próxima segunda-feira (3) para cobrar a expedição de uma liminar por algum procurador, a fim de que a regra deixe de ser aplicada e o Legislativo apresente um novo projeto com as devidas correções.

Nesse ínterim, o pré-candidato a vereador justificou que a grande motivação para retornar à política é justamente o que chama de "combate às injustiças". Ele citou como outro exemplo a desativação da malha ferroviária suburbana da cidade, em fevereiro de 2021, para ser substituída pelo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Previstas inicialmente para serem entregues no segundo semestre deste ano, as obras do projeto estadual, orçadas em R$ 5,2 bilhões, seguem paradas.

"O fim que deram aos trens amarelinhos do Subúrbio me corta o coração. Os motivos que me fazem querer voltar para a política são essas injustiças e essa concentração de renda cada vez maior no Brasil, na Bahia e em Salvador. Não dá para ficar de fora assistindo a isso", afirmou JH, ao lembrar que manteve a passagem no sistema a R$ 0,50 durante os seus oito anos de mandato.

O ex-prefeito admitiu, no entanto, que terá dificuldades na corrida eleitoral, pois "campanha de vereador é leonina". João integrou a CMS, entre 1989 e 1994, e foi deputado estadual, de 1995 a 2004, quando venceu a disputa pelo Palácio Thomé de Souza, cargo para o qual foi reeleito em 2008, com 753.487 votos. De lá para cá, tentou novamente o Legislativo soteropolitano em 2016, mas obteve apenas 5.248 votos, e o governo estadual em 2018, quando ficou na quarta posição, com 38.960 votos.

Apesar de calcular que sua legenda tem "de sete a dez nomes fortes para duas ou três vagas", ele conta com três possibilidades, além de sua própria votação, para voltar a ter um mandato eletivo após 12 anos. A primeira seria um dos quatro parlamentares da sigla se eleger prefeito no interior para que o suplente Soldado Prisco assuma uma cadeira na Assembleia Legislativa. Outra hipótese é a de algum vereador liberal ser chamado a ocupar um cargo no Executivo, em uma eventual reeleição de Bruno. Por último, a própria mudança nas regras eleitorais deste ano, em que cada partido ou federação poderá lançar somente 44 postulantes na chapa proporcional. "Este ano, como vamos ter um menor número de candidatos, vai ter um adicional a mais, porque vai ter menos gente concorrendo para vereador", apostou.

Logo depois de entregar o Palácio Thomé de Souza ao sucessor em 2013, João criticou publicamente uma suposta "ingratidão" de ACM Neto, que não teria exposto nem retribuído o apoio recebido. Hoje, no entanto, ele faz campanha para a reeleição de Bruno Reis, afilhado político atual vice-presidente nacional do União Brasil. "Com o passar do tempo as coisas vão se acomodando. O Bruno vem fazendo uma boa administração, que eu venho admirando e aplaudindo, e a recíproca também é verdadeira. Ele tem reconhecido alguns avanços da minha gestão também. Então, o que aconteceu é que, com Bruno na prefeitura, houve a nossa reaproximação com esse grupo político", argumentou.

Agora filiado ao PL, o ex-gestor já esteve no PDT, PMDB, PP, PSL, PR, PRTB e Avante. Mesmo assim, ele assegura que não tem "ideologia multiforme". "Na dinâmica da política, você passa por momentos em que você tem que se acomodar da melhor forma possível para ajudar a cidade. Eu tinha que estar em um partido mais próximo do governo federal. As minhas movimentações políticas, as pessoas têm que entender que todas elas tiveram o sentido de me aproximar do governo federal para trazer obras e serviços a Salvador, já que eu não podia aumentar impostos porque eu estaria sendo incoerente com toda a minha história política, de ser o defensor do contribuinte e do consumidor", disse JH.

Ex-apoiador do presidente Lula, João Henrique se diz "muito feliz" no PL e descartou temer rejeição por atualmente estar na sigla liderada pelo ex-chefe do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro. "Hoje, eu estou em um partido bolsonarista e não tenho nenhuma dificuldade de defender as bandeiras do PL na Bahia", declarou, ao ponderar que, em sua opinião, a eleição municipal é "temática e não nacional".

Confira a entrevista na íntegra:

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