Operação prende dois capitães da PM: 'Policiais que estão vestindo a camisa, mas jogando do outro lado'

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Juliana Rodrigues e Vinícius Ribeiro

Polícia

21 de maio de 2024 às 10h52

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Foto: Vagner Souza/Salvador FM

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Um dos presos na manhã desta terça-feira (21) na operação Fogo Amigo, que mira em policiais, CACs e lojistas por venda de armas para traficantes, é o capitão Mauro das Neves Grunfeld, que atuou como subcomandante da 41ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Federação), em Salvador. Ele foi localizado em um imóvel na Graça.

O militar é um dos investigados por comercializar armas e munições para facções criminosas. "É mais uma prova do combate que é realizado o tempo todo, justamente com o objetivo de tentar limpar a nossa casa. É muito ruim para as polícias trabalhar com policiais que estão vestindo a camisa, mas que estão jogando do outro lado', afirmou Rodrigo Motta (foto abaixo), delegado-regional de Polícia Judiciária da PF na Bahia, durante coletiva.

De acordo com a apuração, a organização criminosa vendia em média 20 armas ao mês, com preços que variam entre R$ 6 mil e R$ 20 mil cada. O valor chega a ser o triplo do mercado formal.

Além dele, outro capitão, oito praças, um bombeiro militar e um PM de Pernambuco foram presos. "Ele estava em uma unidade administrativa da Polícia Militar. Não era ligado a atividade operacional", explicou o tenente coronel PM Hilton Teixeira, corregedor-adjunto da PM-BA. Outros oito alvos são comerciantes e CACs.  

A operação também foi responsável pelo bloqueio de valores de até R$ 10 milhões dos investigados, além da suspensão da atividade econômica de três lojas que comercializavam material bélico de forma irregular.

Fogo Amigo

O nome da operação faz alusão ao fato de que os policiais integrantes da organização criminosa vendem armas e munições de forma ilegal para criminosos faccionados e que acabam sendo utilizadas contras os próprios órgãos de segurança pública. A Polícia Federal continuará a apuração, na tentativa de elucidar a real amplitude da suposta organização criminosa, bem como identificar outros integrantes.

Delegado Rodrigo Motta durante a coletiva:

 

 

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