'Kléber é o único que não é apadrinhado de Geddel', diz Hilton sobre disputa do PSOL contra Bruno e Geraldo

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Evilásio Júnior

Blog do Vila

24 de abril de 2024 às 06h00

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Maior liderança do PSOl na Bahia, o deputado estadual Hilton Coelho comparou o pré-candidato do seu partido à prefeitura da capital, Kléber Rosa, com os seus adversários no pleito, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e o atual gestor da cidade, Bruno Reis (União Brasil). 

Em entrevista ao programa Fora do Plenário, da Rádio Salvador FM, o parlamentar afirmou que os concorrentes têm a mesma gênese política. Enquanto o escolhido do governador Jerônimo Rodrigues (PT) para a disputa pelo Palácio Thomé de Souza está no partido liderado pela família Vieira Lima, o prefeito foi filiado à sigla entre 2013 e 2018. 

"Kléber é o único que, de fato, não é apadrinhado de Geddel. Tem um vídeo que está circulando aí de Geraldo Júnior dando um título de cidadão soteropolitano a Eduardo Bolsonaro e fazendo elogios rasgados a [Jair] Bolsonaro. Vai ser essa a opção? A gente sabe que quem bancou Bruno Reis para ACM Neto foi Geddel e hoje o padrinho de Geraldo Júnior nessa chapa é Geddel. Nós vamos ficar reféns do homem da mala?", indagou o socialista sobre o caso dos R$ 51 milhões encontrados em um bunker atribuído ao ex-ministro.

Na avaliação de Hilton, ambos os postulantes estão a serviço da especulação imobiliária, contra os interesses da população, sobretudo a de baixa renda.

"Kléber tem falado sobre o absurdo que é esse PDDU [Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano] e a Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo de Salvador, que é um liberou geral. Nós não podemos deixar Salvador virar Recife. Nós passamos por uma onda de calor agora e fechar com paredão a orla da nossa cidade vai ser algo terrível, assim como as intervenções que podem ser feitas também na Baía de Todos-os-Santos. Kléber vem com muita força e eu estou bem confiante nesse processo eleitoral", declarou.

O deputado disse acreditar ainda que o seu correligionário poderá tirar proveito do cenário de insatisfação de parte da esquerda com Geraldo, inclusive com o apoio de petistas na campanha do PSOL. 

"Pelo que eu estou vendo da militância histórica do PT, muita gente está fazendo declaração pública de voto em Kléber. As pessoas entendem qual é esse conteúdo. Nesse período [abril de 2020], [Guilherme] Boulos, lá em São Paulo, não estava com os 10% de Kléber. Pela intervenção que nós tivemos no último processo eleitoral, com o brilhantismo de Kléber, a população achou uma alternativa e, se ela se mobilizar, nós vamos para o segundo turno", apostou.

Durante o programa, Hilton Coelho criticou ainda a demora da instalação do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa para apreciar as denúncias contra o deputado Binho Galinha (PRD), alvo principal da Operação El Patron, da Polícia Federal.

"É algo desmoralizante para a Casa não ter um posicionamento firme em relação a isso. [...] Nós podemos ter um Conselho de Ética funcionando, analisando o que é revelado formalmente pelas investigações e, infelizmente, isso não está acontecendo. Então, eu acho que isso é bastante complicado. É mais um ponto de desgaste na imagem da Assembleia Legislativa. [...] Tudo o que está sendo revelado merece um posicionamento ativo daquela Casa. A Casa tem que acompanhar de fato. Existem elementos que são constitucionais, mas é preciso mostrar disposição para dizer que a Casa não pode abrigar pessoas que estejam distantes do interesse público", pontuou o parlamentar.

Binho Galinha é apontado como chefe de uma milícia responsável por lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada, desmanche de veículos e outros crimes em Feira de Santana. Enquanto sua mulher, Maiana Cerqueira, está presa acusada de participação na quadrilha, o deputado segue solto porque segue beneficiado com foro privilegiado, o que apenas seus pares podem derrubar, caso cassem seu mandato.

Confira a entrevista na íntegra:

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