Evaldo Macarrão exalta importância dos blocos afro: ‘me tornei preto ouvindo as músicas’

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Yuri Abreu e Luiza Nascimento

Carnaval 2024

09 de fevereiro de 2024 às 17h25

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Foto: Vagner Souza/Salvador FM

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No ar na novela ‘Renascer’ da TV Globo, o ator baiano Evandro Macarrão está curtindo o carnaval de Salvador. Na tarde desta sexta-feira (9), segundo dia de folia, ele participou da concentração do Olodum e reforçou a importância dos blocos afro para a sua consciência negra.

“O Olodum para mim é a resistência viva, e para além da resistência, a força para que eu pudesse me manter enquanto pessoa preta na cidade e no mundo, por ser negro e portar a margem de uma violência que é o racismo. O Olodum me ensina com beleza, com arte, com cultura, com muito axé, com muita força a sobreviver, a resistir, a viver. O Olodum fala de mim, fala de muita gente, fala da gente, fala do povo preto. E o Olodum tem uma coisa muito bonita, assim como o Ilê Aiyê e os outros blocos afros, que é o ensinamento, que é a pedagogia. A gente vê a África a partir de um outro olhar, de uma outra vertente, e saber a história, a nossa história, uma história que infelizmente não é contada na nossa casa, infelizmente, nem na nossa escola e nem tão pouco na comunidade de onde a gente vem”, disse em entrevista ao Portal Salvador FM.

O artista reforça que só passou a se reconhecer como negro na adolescência, quando teve contato com a cultura afro. Segundo ele, em sua casa e nas escolas, o assunto não era uma pauta.

“Eu me vi negro, eu passei a ter consciência negra com meus 16, 17 anos, fazendo teatro aqui no CRIA [Centro de Referência Técnico de Adolescentes], ouvindo as músicas do Ilê, ouvindo as músicas do Olodum. Com os meus 15, 16, 17 anos eu estava ali me tornando preto, infelizmente, porque não foi em casa, não foi na escola, onde deveria ser. Mas fui feliz porque foi com o Olodum, foi com o Ilê. Então eu estou emocionadíssimo, eu estou feliz porque eu estou comemorando a existência desses blocos que falam de mim”, comemorou.

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