Cotada ao STF, advogada Silvia Cerqueira defende que negros ocupem cargo de poder

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Osvaldo Barreto

Política

11 de outubro de 2023 às 20h00

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Foto: Vagner Souza / Salvador FM

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Uma baiana pode se tornar a primeira mulher e primeira negra a ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Para ocupar o lugar deixado pela ministra Rosa Weber, que irá se aposentar em maio, existe possibilidade do nome escolhido ser o da advogada negra Silvia Cerqueira. 

Entre as vertentes reconhecidas na atuação de Silvia estão a relevância na luta por igualdade de gênero e racial.Atual conselheira federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ex-presidente da Associação Nacional de Advogados e Advogadas Negras (ANAAD), Cerqueira também tem como destaques a defesa da justiça social, valorização da advocacia e pela promoção da diversidade dentro da advocacia.

Em participação no programa Fora do Plenário, na noite desta quarta-feira (11), na Rádio Salvador FM, vera falou sobre a o preconceito enraízado na sociedade brasileira. 

"Isso decorre da construção do Estado brasileiro. Nós sofremos um processo nefasto de escravização, onde se incutiu na cabeça das pessoas que existia classe superior e inferior. Em razão disso, as desigualdades permeiam não só entre as pessoas, mas também nas instituições. Não se compreendeu que somos um país plural e diverso e a construção foi feita por todos. Nós não podemos permanecer sendo maioria apenas na população carcerária, periferias e índice de desemprego. Nós precisamos de estar também em posição de destaque no poder por legitimação, nós construímos essa nação", disse.

Ela também defendeu a sua caminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), ressaltando as desigualdades nos tribunais. "Nossa caminhada rumo ao STF, a gente percebe que não nos reconhecemos nos tribunais. Já foram 171 ministros e apenas um negro. Mulheres? Nenhuma. É muito difícil mensurar o que se passa na cabeça daquele que vai julgar e nunca viveu uma situação de preconceito", avaliou.

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