Atriz global revela assédio na infância e condena fala de Bolsonaro a venezuelanas: ‘Pintou um crime’

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Entretenimento

25 de outubro de 2022 às 09h39

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A atriz Maria Eduarda de Carvalho, da TV Globo, usou suas redes sociais para expôs um relato sobre assédio sexual sofrido quando tinha apenas 12 anos. Ela resolveu compartilhar o episódio, após a repercussão da fala do presidente Jair Bolsonaro (PL), que disse ter “pintado um clima” com adolescentes venezuelanas e a rejeição dos Deputados em priorizar o projeto de lei sobre pedofilia no Plenário.

“Sangrando por dentro divido com vocês o episódio de abuso que sofri aos 12 anos de idade. Nunca imaginei sentir necessidade de expor isso publicamente, mas a verdade é que nunca imaginei passar pelo que estamos passando”, iniciou.

Em sua fala, ela repudiou a atitude do atual mandatário. “Meninas estão inteiramente reféns de homens como o presidente Jair Bolsonaro, que acredita que pode ter pintado um clima. Não pintou um clima, pintou um crime. Pelos nossos corpos, pelos corpos das nossas filhas, não dá para relativizar”, disparou.

O Projeto de Lei (PL) 1776.15 está em aberto desde 2015, para classificar a pedofilia como um crime hediondo. A bancada do PT propôs, na quarta-feira (19), que o PL fosse votado o mais rápido possível, mas os deputados apoiadores do presidente se negaram.

Em seu relato, Maria deu detalhes do assédio e relembrou o seu sentimento ao ser violada. “Me senti suja, parecia que tinha sido carimbada com o selo de impureza e não podia mais fazer parte do grupinho de meninas da minha idade”, lembrou.

Segundo ela, o pior veio depois, durante uma festa que ocorria na sua casa. “Numa noite, numa festa na minha casa, eu já dormia porque era tarde. E acordei com ele apalpando meus seios. Seios de uma menina de 12 anos. Quando entendi o que estava acontecendo, virei de bruços para interromper aquele toque e ele subiu em cima de mim”, relatou.

Ela foi salva após gritar por socorro e ser atendida por sua mãe, que ouviu a sua súplica. “Incompreensivelmente excitado, começou a esfregar o corpo dele contra o meu, com força. Aí eu gritei. Aí eu berrei pela minha mãe, que veio ao meu socorro. Essa história me assombrou como um fantasma durante muitos anos da minha vida. E nunca imaginei que um dia fosse sentir necessidade de contá-la. Mas a verdade é que as marcas que carrego comigo até hoje seriam infinitamente maiores se não pudesse ter contado com o socorro da minha mãe. Milhares de meninas não podem”, lamentou.

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