Na última terça-feira (17), o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Adolfo Menezes (PSD), promulgou a resolução que concede ao pastor Silas Malafaia a mais alta honraria do Parlamento baiano: a Comenda 2 de Julho. A homenagem proposta na Alba pelo deputado Samuel Júnior (Republicanos) será entregue em sessão especial em data ainda a ser definida.
Na rede social Instagram, a deputada Olívia Santana (PCdoB) disse que é "um absurdo" o Legislativo baiano conceder a homenagem ao líder religioso, que é natural do Rio de Janeiro. "A comenda foi criada para homenagear personalidades que 'contribuíram para o desenvolvimento político e administrativo estadual e nacional, e a luta em defesa das liberdades do povo da Bahia', o que não se aplica a Malafaia", disse a legisladora.
Em sua publicação, Olívia também afirmou que Silas Malafaia, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, não tem compromisso com a democracia. "O povo baiano derrotou o inominável e seus apoiadores, a exemplo do bolsonarista Malafaia, de extrema direita que sempre atuou pelo atraso e o obscurantismo no Brasil. Não tem qualquer compromisso com a liberdade e a democracia", apontou.
A concessão da honraria foi aprovada no plenário da Alba em agosto de 2023 com parecer favorável do relator Tiago Correia (PSDB) e teve dois votos contrários: de Hilton Coelho (Psol) e de Fabíola Mansur (PSB). "Eu não estava no plenário porque estava em atendimento no gabinete. Se estivesse no plenário, não tenham a menor dúvida: votaria contra", justificou Olívia Santana.
O autor da proposta, deputado Samuel Júnior, defendeu a concessão ao protocolar o texto em dezembro de 2021. "Ele tem sido muito criticado, odiado e perseguido por alçar a sua voz em suas redes sociais e programas de televisão em favor da família, da heteronormatividade, combatendo a liberação de drogas e o aborto. Pelo bem que traz às famílias brasileiras como um todo, propomos a aprovação desta merecidíssima honraria", argumentou.
