Embora os seus próprios pares terem previsto apenas uma mulher a mais na composição da próxima legislatura, na enquete realizada pelo Blog do Vila, a vereadora e presidente municipal do PSDB, Cris Correia, disse acreditar que a ala feminina na Câmara Municipal de Salvador poderá ser mais robusta.
Conforme as indicações dos edis, as atuais oito representantes – além dela, Marta Rodrigues (PT), Cátia Rodrigues e Marcelle Moraes (UB), Laina Pretas por Salvador (PSOL), Ireuda Silva (Republicanos), Roberta Caires e Débora Santana (PDT) – são favoritas a permanecer na Casa, com o reforço da também tucana Tia Jove.
A avaliação da dirigente partidária se assemelha à da vice-prefeita Ana Paula Matos, que declarou esta semana, durante o evento Mobiliza Social, que no time do prefeito Bruno Reis "as mulheres não são candidatas apenas para cumprir cotas".
"Eu acho que a gente pode, sim, passar de dez vereadoras. Isso não é fácil, a gente sabe disso. A luta é contínua, árdua e difícil. Os obstáculos são grandes, mas concordo com Ana Paula quando ela fala que no nosso grupo a gente não tem pseudocandidaturas femininas, as chamadas, no popular, candidaturas laranjas. O que nós temos aqui são mulheres politizadas, muitas delas, líderes nas suas comunidades, nos seus projetos de empreendedorismo e nos diversos segmentos em que elas atuam. [...] Eu fico muito feliz e, sinceramente, acho que isso já é um grande avanço. Mulheres politizadas e querendo participar desse processo democrático, político e republicano, que é de extrema importância para o nosso país. Mesmo com todos os problemas e mazelas que a gente enfrenta na política, aqui ainda é um espaço em que a gente pode e deve usufruir. Até abusar, como costumo dizer, para construir a sociedade que a gente tanto sonha. Está distante? Está, mas a minha persistência e a minha crença são muito maiores", afirmou a vereadora, em entrevista ao programa Fora do Plenário, da Rádio Salvador FM.
No entanto, Cris Correia defende que o número cresça não só na quantidade, mas, sobretudo, qualitativamente. "Às vezes você vê mulheres que ocupam espaços de poder, mas não defendem as pautas femininas. Isso é o que eu chamo de qualidade: mulheres estarem nesses espaços defendendo as pautas femininas. Parece estranho, mas você vê, por exemplo, deputadas e senadoras eleitas do nosso país que não necessariamente defendem as pautas femininas", lamentou.
Uma das principais articuladoras da criação de uma bancada feminina na CMS, projeto que não obteve aval dos integrantes da atual legislatura, a presidente tucana conta com a eleição de mais mulheres na Câmara, a fim de endossar a causa e pressionar os colegas pela aprovação.
Confira a entrevista na íntegra: