Um dos grandes defensores da construção de uma candidatura preta competitiva para vencer a disputa pela Prefeitura de Salvador, o vereador Silvio Humberto (PSB) acredita que realização do sonho é uma "questão de tempo".
Até hoje, apenas Edvaldo Brito comandou a cidade, entre agosto de 1978 e março de 1979, nomeado pelo então governador Roberto Santos, após eleição indireta na Assembleia Legislativa da Bahia. Pelo voto popular, o fato continua inédito.
Questionado sobre a possibilidade de o nome ser lançado em 2026, para o comando do Estado, ou no pleito municipal de 2028, o socialista filosofou, ao citar o aniversário de 226 anos da Revolta dos Búzios, completados neste mês de agosto.
"O nosso tempo é ancestral. O que já teve por séculos, nós agora estamos por dias. Quem esperou dois séculos e mais de duas décadas, esperar mais dois anos, ou mais quatro, está pronto. O nosso tempo é o agora. Esse é o mês do senhor tempo, que foi no sábado, do orixá tempo. Tudo com tempo tem tempo. O tempo só é um problema para quem não pode esperar. O nosso tempo é agora. Não é nesse dia. Não significa que o nosso tempo seja amanhã, mas a gente não confunde amanhã com o dia seguinte. Amanhã a gente tem a perspectiva. O nosso povo está pronto, está posto. Nós já somos os pés e as mãos. Para ser a cabeça é só uma questão de tempo", avaliou o líder da oposição na Câmara, em entrevista ao programa Fora do Plenário, da Rádio Salvador FM.
Em relação à corrida proporcional deste ano, em que o PSB recebeu o polêmico reforço do ex-deputado federal Igor Kannário, Sílvio Humberto voltou a citar que o seu diferencial é a "coerência". A hipótese de sua derrota tem sido discutida inclusive pela bancada de apoio ao prefeito Bruno Reis (União Brasil).
"Quando os pares estão reconhecendo é porque a gente tem um trabalho muito coerente. Eu não mudei de lado ao longo dos 12 anos. Eu tenho dito assim: uma árvore quando dá frutos, as pessoas também atiram pedras. Pelo que eu tenho defendido na área da educação e na área da igualdade, para muitos que estão aí a consolidação da nossa vitória é uma questão de honra. Não tenho nada contra a figura de Igor Kannário. Nos relacionamos muito bem. Não é ele. É uma disputa. Ele tem os seus atributos e eu tenho os meus, mas tem outros candidatos lá dentro, não somos só nós dois. O PSB montou uma chapa competitiva e o nosso objetivo é fazer dois. Eu estou dizendo assim: se tiver uma vaga, eu aposto na minha coerência, no que eu tenho feito ao longo desses anos e no reconhecimento desse trabalho. O resto é você descer para a rua, conversar com as pessoas, as pessoas se implicarem, se sentirem parte, se envolverem e quem vai assinar o show dessa chamada democracia chama-se povo", sentenciou.
Confira a entrevista na íntegra: